Instalar punhos térmicos da mota

Assim que as temperaturas descem lá fora, as mãos frias tornam-se rapidamente um problema para os motociclistas. Pode proteger a parte superior do corpo com uma camisola quente, as pernas com roupa interior comprida e os pés com meias grossas — mas as mãos são sempre as que arrefecem mais depressa na mota. Um motociclista com frio deixa de ser tão ágil e reativo como deveria ser na estrada. Infelizmente, neste caso, as luvas muito grossas não são uma boa solução, uma vez que não permitem acionar corretamente os componentes — a segurança da condução fica limitada. Os punhos térmicos são, portanto, um acessório barato e útil se quiser que a época comece o mais cedo possível e termine o mais tarde possível no outono — os verdadeiros condutores de inverno irão, naturalmente, valorizá-los particularmente. Se quiser aproveitar ao máximo o efeito de aquecimento, também pode adicionar mangas de guiador ou proteção de mãos para manter o vento longe das suas mãos.

Um veículo com uma rede de bordo de 12 volts e uma bateria é um pré-requisito para a utilização. Esta não deve ser demasiado pequena, uma vez que os punhos térmicos consomem alguma energia (até 50 watts, dependendo da posição do interruptor e do design). A bateria deve, por conseguinte, ter uma capacidade de pelo menos 6 Ah. Além disso, deve ser assegurada uma carga suficiente da bateria através do alternador. Se conduzir principalmente na cidade, em trânsito de para-arranca, apenas percorrer distâncias curtas e utilizar frequentemente o motor de arranque, pode sobrecarregar o seu alternador eventualmente com os punhos térmicos e ter de recarregar a bateria no carregador de vez em quando. Por conseguinte, a utilização em pequenos veículos de duas rodas só é possível até certo ponto. Infelizmente, as redes de bordo de 6 volts ou as ignições magnéticas sem bateria não proporcionam uma base suficiente para o funcionamento.

Para garantir a fixação firme dos punhos térmicos ao guiador e, especialmente, à manga rotativa do acelerador, estes devem ser fixados com uma cola de dois componentes resistente ao calor. Antes de começar a trabalhar, recomenda-se a aquisição de cola, de um relé, de terminais de cabos isolados adequados para ligar os cabos, de produto de limpeza dos travões e de um bom alicate de crimpagem. Opcionalmente, é necessário um martelo de plástico, um conjunto de chaves de encaixe, uma chave de fendas fina e, eventualmente, uma broca, bem como um pedaço de cabo para a ligação do relé.

Antes de iniciar os trabalhos, leia as instruções de montagem dos punhos térmicos e familiarize-se com os componentes. 

Para evitar trabalho desnecessário, tente ligar os punhos térmicos, o interruptor e o cabo da bateria uma vez como teste e teste o sistema numa bateria de 12 volts. Depois de ter verificado que o sistema está a funcionar corretamente, pode iniciar a montagem. 

Levante o veículo em segurança. É preferível fixar um descanso lateral rebatível com uma cinta de amarração para evitar que a mota tombe involuntariamente. Agora, levante o assento ou retire-o (normalmente está fixado através da fechadura do assento, ver o manual de instruções do veículo) e procure a bateria. Pode ser necessário remover uma tampa lateral ou uma caixa da bateria; em casos raros, a bateria também se encontra sob um depósito falso, na rabeta ou numa caixa separada no quadro.

A bateria é desligada através do polo negativo para que não possam ocorrer curto-circuitos indesejados quando o cabo for ligado mais tarde. Certifique-se de que não perde a porca do polo ao retirar o cabo negativo. 

O passo seguinte consiste em retirar o depósito. Para o fazer, verifique primeiro onde é que está ligado ao quadro ou a outros componentes.

Na nossa mota de exemplo, a Suzuki GSF 600, por exemplo, as tampas laterais estão ligadas ao depósito através de ligações de encaixe e têm de ser soltas e desenganchadas.

Além disso, a extensão do acionamento da torneira de gasolina deve ser desaparafusada para que não fique presa no quadro mais tarde. 

Coloque uma torneira de gasolina com controlo de vácuo em "ON", mas não em "PRI", para que não haja fuga de gasolina ao retirar as mangueiras. Coloque uma torneira de gasolina sem controlo de vácuo em "OFF".

Agora as mangueiras podem ser removidas — na Bandit é a mangueira de purga de ar, a mangueira de vácuo e a mangueira de gasolina para o carburador. 

Para retirar os punhos originais do guiador, é preferível utilizar uma pequena solução de detergente para pulverizar por baixo do punho. Para o fazer, utilize uma chave de fendas fina para o levantar ligeiramente do guiador ou da manga rotativa do acelerador e, em seguida, rode a chave de fendas uma vez à volta do guiador para que a solução seja distribuída e o punho possa ser retirado muito facilmente. 

O produto de limpeza dos travões também pode ser utilizado em punhos de borracha não sensíveis, mas não em punhos de borracha celular e de espuma, uma vez que o produto de limpeza dos travões pode desfazer a espuma. Se a pega estiver colada à armação, a área de colagem deve ser primeiro cortada com um x-ato. Observe agora a manga rotativa do acelerador. Os punhos térmicos são mais fáceis de instalar em mangas rotativas do acelerador lisas. Se for possível deslizar facilmente o punho, a manga não precisa de ser retirada do guiador. 

No entanto, as mangas perfiladas ou ligeiramente demasiado grossas devem ser retocadas com uma serra, uma lima e uma lixa, de modo que o novo punho encaixe bem, mas sem força. Para isso, é preferível retirar a manga rotativa do guiador. Para o efeito, a armação é desaparafusada para que os cabos do acelerador possam ser desengatados. Isto é mais fácil se rodar ligeiramente o ajustador dos cabos para trás, para que o cabo tenha mais folga. As mangas rotativas de metal são mais estáveis do que as mangas de plástico e suportam um golpe de martelo. No entanto, é aconselhável ter cuidado com o plástico — é melhor não utilizar um martelo no novo punho, e muito menos no guiador. Se a caixa de armação também for de plástico e estiver fixada ao guiador com um pequeno pino, este pode partir-se mesmo com cargas baixas. A armação no guiador deixa, então, de estar bem fixa. 

Existem saliências na manga rotativo do acelerador da Suzuki, que serramos para os nossos novos punhos térmicos e limamos os restos. Além disso, o diâmetro tem de ser ligeiramente reduzido com uma lixa, para que o novo punho encaixe sem necessidade de força. Também pode ser necessário retocar a manga rotativa do acelerador. 

Se quiser manter os seus punhos antigos de reserva, é melhor comprar logo uma manga nova e adaptá-la ao punho térmico. 

Para colar os punhos, desengordure e limpe o guiador e a manga rotativa do acelerador com produto de limpeza dos travões. 

Em seguida, misture a cola de acordo com as instruções da embalagem. Agora tem de trabalhar rapidamente, porque a cola de dois componentes endurece rapidamente. Aplique um pouco de cola no punho, deslize o punho esquerdo de modo que a saída de cabo fique virada para baixo e repita o processo na manga rotativa do acelerador. Neste caso, já experimentou anteriormente se é possível deslizar o novo punho. 

Instale as saídas de cabo dos punhos entre as pernas da forquilha em direção ao quadro, de modo a não obstruírem ou prenderem o cabo do acelerador quando o guiador estiver totalmente virado.

Dependendo do veículo, pode fixar o interruptor ao guiador com uma braçadeira ou ao painel de instrumentos ou à carenagem frontal com uma almofada autocolante. Passe também o cabo até ao quadro e certifique-se de que não fica preso na zona da cabeça de direção ao virar. 

A secção da cablagem elétrica para a ligação da bateria pode agora ser ligada aos cabos dos punhos e da unidade de comutação. Isto é particularmente fácil com os punhos térmicos Saito, porque os contactos estão claramente marcados com "bandeiras". 

Passe a secção da cablagem elétrica ao longo do quadro até à bateria. Todos os cabos são devidamente fixados ao guiador e ao quadro com abraçadeiras de cabos. 

Os punhos térmicos com baixa potência podem agora ser ligados diretamente aos polos positivo e negativo da bateria (ver as instruções de montagem dos punhos térmicos). No entanto, corre o risco de perder corrente se os punhos térmicos não forem desligados no interruptor no final da viagem. Note que, neste tipo de circuito, a fechadura da ignição não interrompe o circuito elétrico. 

Se os punhos forem esquecidos durante a noite, por exemplo, podem sobreaquecer consideravelmente, dependendo do nível de comutação, e a bateria pode ficar tão descarregada que deixa de ser possível ligar o veículo. Para evitar esta situação, é sempre aconselhável efetuar a ligação através de um relé. Primeiro, encontre um local adequado para o relé, próximo da bateria na Bandit, faça um pequeno furo no guarda-lamas por baixo do assento e aparafuse-o. 

O relé é agora ligado ao polo negativo da bateria através do borne 86, ao polo positivo da bateria mais através do borne 30 com o fusível no meio, ao cabo positivo vermelho dos punhos térmicos (linha de alimentação para a unidade de comutação) através do borne 87 e a um positivo "comutado" da fechadura da ignição através do borne 85. Pode obtê-lo a partir de um consumidor próximo, como a buzina, que raramente é utilizada, ou a partir do relé de arranque, como é o caso na Bandit.

Pode localizar o "positivo comutado" com uma lâmpada de teste — esta deve acender-se no cabo relevante assim que a fechadura da ignição for colocada em "ON" e apagar-se novamente quando for desligada.

Quando o relé estiver ligado, verifique novamente todas as ligações elétricas. Está tudo ligado corretamente? Depois, pode ligar a bateria, ligar a ignição e experimentar os punhos térmicos. A luz indicadora está acesa? Os níveis de aquecimento e todas as outras funções podem ser comutados?

Em seguida, o depósito pode ser montado. Antes de o fazer, verifique novamente o funcionamento correto do punho de acelerador, caso este tenha sido desmontado, e certifique-se de que as mangueiras estão ligadas sem dobras e que os eventuais grampos estão corretamente assentes. Por vezes, é prático pedir a um ajudante que segure o depósito enquanto o faz — esta é a forma mais segura de evitar riscar a pintura ou deixar cair o depósito. 

Depois de ter montado o assento e de ter preparado todos os pormenores da mota para voltar a andar, pode começar o seu primeiro test ride e experimentar como o calor dos punhos térmicos irradia agradavelmente das suas mãos para todo o seu corpo. É realmente confortável.