Eliminar a corrosão na mota

As bolsas de ferrugem na mota não só têm um aspeto feio, como também enfraquecem o material e continuam a corroê-lo até surgirem buracos. A corrosão em peças em aço tem a conhecida cor castanha, mas o alumínio também enferruja; neste caso, o metal é transformado numa substância branca em pó pela humidade.

Para evitar a ocorrência de corrosão, as peças metálicas são pintadas ou cromadas, por exemplo. Mas isso por si só não é suficiente — uma pintura desgastada ou um cromado novo completamente isento de gordura ainda oferecem uma área de superfície suficiente para ser afetada pelas intempéries, uma vez que as moléculas de água podem danificar o metal através da superfície de poros finos. Por conseguinte, as peças metálicas pintadas e cromadas (exceto o escape) devem ser tratadas com uma cera de polimento quando são novas ou após cada lavagem do veículo. Isto fecha os poros e, como excelente efeito secundário visual, é criada uma bela superfície brilhante após o polimento. A cera de polimento é, por conseguinte, ideal para proteger um novo farol cromado ou os estribos de motas Cruiser contra as influências atmosféricas. Lembre-se sempre: a ferrugem causada por falta de cuidado não está coberta pela garantia do produto! 

Pode saber mais sobre o polimento nas nossas Dicas para mecânicos amadores "Polir componentes".

Quando a corrosão está presente, esta deve ser eliminada o mais rapidamente possível. A película de ferrugem ligeira em peças cromadas pode muitas vezes ser limpa com massa de polir crómio sem deixar qualquer resíduo, ou apenas ficam pequenos pontos de ferrugem que não são particularmente percetíveis.

Se a massa de polir crómio não for suficiente, pode ser utilizada uma escova de latão para a limpeza. No entanto, neste caso, é de esperar que o brilho típico do crómio não seja visível na área tratada (o que, ainda assim, tem melhor aspeto do que a ferrugem castanha).

Se a peça afetada for um tubo da forquilha ou a haste amortecedora de um amortecedor de suspensão, estas pequenas manchas também têm de ser polidas, pois mesmo pequenas rugosidades podem causar o desgaste do anel vedante e fuga de óleo do amortecedor. Se se não obtiver o resultado desejado com o polimento, pode continuar a trabalhar com um pano de polimento muito fino.

Se a ferrugem já tiver atingido mais profundamente o material, pode ser removida mecânica ou quimicamente.

Um excelente removedor de ferrugem químico que pode comprar em qualquer supermercado por pouco dinheiro é o ácido cítrico (isso mesmo, os pequenos limões de plástico amarelos) ou cola (bebida refrigerante). As peças pequenas enferrujadas devem ser colocadas num banho de ácido cítrico não diluído. Em peças maiores, podem ser colocadas ligaduras feitas de rolo de cozinha absorvente embebido no ácido à volta da mancha de ferrugem. Deixe atuar durante alguns dias e a ferrugem pode ser removida com alguma facilidade com uma escova de plástico duro ou uma escova de latão.

As áreas de ferrugem maiores podem ser limpas com uma lixa à base de água de grão grosso e depois mais fino. A lixagem húmida produz menos pó. 

Os acessórios de escova de arame para a desbastadora angular de uma mão (Flex) ou para o berbequim produzem resultados mais rápidos e mais minuciosos. Também entram melhor nos poros da ferrugem do que a lixa, que só é eficaz à superfície.

É claro que também pode utilizar uma escova de arame manual, mas é muito menos eficaz. Deve usar sempre proteção respiratória e óculos de proteção ao escovar e trabalhar ao ar livre, se possível, uma vez que é produzido muito pó. Uma camada de crómio não sobreviverá a este tipo de tratamento!

Se as crateras de ferrugem profundas não puderem ser limpas, as áreas escondidas, os ângulos, as luvas de conexão de tubo, as peças do quadro e similares não puderem ser completamente limpos com uma lixa ou uma escova de arame, os resíduos também podem ser revestidos com conversor de ferrugem, se necessário. Depois da cura é possível aplicá-lo. 

No entanto, se a peça em questão for cromada ou revestida a pó posteriormente, a remoção da ferrugem tem de ser realmente a cem por cento. Caso contrário, o componente deve ser entregue a uma empresa especializada para ser submetido a um jateamento fino. Dependendo do material e do grau de corrosão, a peça é jateada com cascas de nozes, microesferas de vidro ou areia (a mais grosseira) — o resultado é uma superfície perfeitamente desenferrujada e simultaneamente decapada, mate, mais ou menos rugosa.

Se for necessário remover a corrosão de um motor utilizando o material de jateamento acima referido, este deve ser primeiro completamente desmontado, de modo que apenas a caixa com as superfícies vedantes protegidas possa ser submetidas ao jateamento. Nunca realizar o jateamento de areia num motor inteiro, pois o material de jateamento entrará sempre no seu interior, por muito bem que o cubra — o que levará posteriormente a um desgaste extremamente rápido do motor. A única exceção: os motores de alumínio ligeiramente corroídos podem ser completamente submetidos a jateamento de gelo seco, o que, embora seja dispendioso, garante que nenhum material de jateamento possa danificar o motor. 

Por fim, as peças desenferrujadas devem ser devidamente protegidas contra nova corrosão. Podem ser revestidas com esmalte, cromadas, galvanizadas, enceradas, lubrificadas ou simplesmente limpas com um pano com óleo. O alumínio pode ser anodizado a cores, o aço pode ser brunido. Existem, portanto, numerosos métodos de prevenção da corrosão, mais ou menos eficazes de forma permanente e mais ou menos dispendiosos. Escolha de acordo com o material, o aspeto pretendido e as possibilidades individuais. 

Apenas o escape deve ser mantido sem gordura durante o funcionamento, uma vez que o calor queimaria a gordura e causaria uma descoloração acastanhada feia, o que exigiria novamente a utilização de massa de polir crómio