Substituir o conjunto da corrente

Os kits de correntes modernos com anéis em O, X ou Z atingem quilometragens notáveis, sobretudo devido à constante melhoria das técnicas de produção — mas os componentes da transmissão por corrente continuam a estar sujeitos a um desgaste constante.

"Dentes tortos" no pinhão e na roda da corrente e intervalos de retensionamento cada vez mais curtos: está na hora de montar um novo conjunto da corrente! Contudo, normalmente, o momento de substituir chega mais rápido do que se pensa: se os elos de corrente na roda de corrente já puderem ser levantados alguns milímetros, mesmo que a corrente tenha sido tensionada corretamente, ou se a corrente estiver alongada de forma muito irregular, significa que a peça está pronta para ir para a sucata. O mais inteligente substitui sempre o conjunto completo — porque sabe que uma corrente nova se adapta demasiado depressa ao grau de desgaste da roda da corrente e do pinhão. As correntes com anel em O, X e Z contêm um enchimento permanente de massa lubrificante, que assegura a lubrificação dos pinos da corrente no seu interior.

Uma corrente de transmissão é tão forte quanto o seu elo mais fraco. Se a corrente estiver equipada com uma junção de rebite, certifique-se de que esta é rebitada de forma correta e cuidadosa, utilizando uma ferramenta para correntes adequada.

Para aceder ao pinhão de corrente, pode ser necessário retirar o apoio para os pés, o seletor de velocidades (memorize a posição!) e uma tampa. Ao levantar a tampa, preste atenção eventuais acionamentos da embraiagem — se possível, não desengate. Para fixar o veículo, engate a primeira velocidade e bloqueie o travão de pé (peça a um ajudante para o pisar) para poder soltar o pinhão. O pinhão pode ser fixado de várias formas (porca central com chapa de segurança, parafuso central com chapa de segurança, placa de retenção com dois parafusos mais pequenos). Se necessário, retire primeiro o dispositivo de fixação (por exemplo, dobre a chapa de segurança) antes de desapertar o parafuso ou a porca de fixação do pinhão, utilizando uma chave de caixa adequada e, se necessário, a força apropriada.

Desmonte agora a roda traseira. Se não for possível utilizar um descanso principal, lembre-se de que um cavalete ligado ao braço oscilante não é adequado para a desmontagem. Desmonte a proteção da corrente e um eventual para-lamas da roda traseira. Solte a porca de eixo e extraia o eixo com o martelo de plástico. Se necessário, utilize uma barra como ajuda. Segure a roda com firmeza e deixe-a deslizar cuidadosamente para o chão, empurre-a para a frente e retire-a da corrente.

Desaperte a roda de corrente do suporte da roda de corrente na roda traseira. Também neste caso, abra previamente eventuais chapas de segurança. As chapas de segurança ou as porcas autofrenantes devem ser substituídas. Limpe o suporte e monte uma nova roda de corrente. Aperte os parafusos em cruz, se possível com uma chave dinamométrica, de acordo com as instruções do fabricante. Se necessário, Volte a rebordar cuidadosamente as chapas de segurança. Agora, controle novamente a roda: todos os rolamentos e anéis vedantes causam uma boa impressão? O amortecedor de arranque atrás do suporte da roda de corrente ainda está firme? Substitua as peças danificadas.

Se for necessário instalar uma corrente sem fim, o braço oscilante tem de ser removido. Se for utilizado um cadeado de corrente, isto não é necessário e deve prosseguir para o passo 07. A desmontagem do braço oscilante funciona da seguinte forma: em primeiro lugar, soltar a mangueira de travão do braço oscilante, mas não a desaperte da pinça nem abra o sistema de travagem de qualquer outra forma! Basta retirar a barra de ancoragem do travão do braço oscilante e colocar a unidade de travão, desmontada e embrulhada num pano, debaixo da mota. O braço oscilante está agora ligado à mota apenas pela suspensão e pelo eixo. Para os amortecedores de choque duplos, retire as respetivas fixações inferiores do braço oscilante. No amortecedor de choques central, pode ser necessário soltar as alavancas de transmissão.

Analise com calma o funcionamento da suspensão e decida quais os pinos que tem de soltar. Memorize a posição das peças desmontadas! Por fim, solte a porca do eixo oscilante e retire cuidadosamente o eixo. Normalmente, esta peça está bem lubrificada. Não a deixe cair em lugares com sujidade.

O pinhão pode agora ser trocado. Memorize a respetiva posição de montagem — é frequente haver um flanco mais espesso e outro mais plano. Só uma montagem correta garante o alinhamento correto da corrente; uma corrente desalinhada pode partir! Nota: Após a limpeza da área circundante, o novo pinhão pode ser montada juntamente com a corrente na posição correta. Posicione uma nova chapa de segurança, se necessário, e uma porca/parafuso. O aperto com a chave dinamométrica é efetuado posteriormente.

Limpe cuidadosamente todas as peças do braço oscilante e os rolamentos do braço oscilante com produtos de tratamento adequados. Aplique massa lubrificante em todas as partes móveis (casquilhos, pinos). Se o seu braço oscilante estiver protegido contra a fricção da corrente por uma peça corrediça, substitua-a se já estiver muito fina. Se o braço oscilante tiver sido removido, é necessário voltar a aplicar massa lubrificante nos rolamentos do braço oscilante. Siga as instruções de lubrificação do fabricante. 

Se possível, volte a utilizar um ajudante para a montagem do braço oscilante: enquanto posiciona o braço oscilante no quadro, o ajudante insere o eixo. Em seguida, monte os amortecedores de suspensão e, se necessário, as alavancas de transmissão para os monoamortecedores de choque com os binários especificados pelo fabricante, posicione a roda e certifique-se de que o travão, a âncora do travão e os distanciadores estão corretamente montados.

Se a corrente estiver equipada com um cadeado de corrente, siga de forma precisa as instruções de montagem incluídas ou as instruções de utilização da ferramenta para correntes.

Já está quase: ajuste a folga da corrente/flecha da seguinte forma: rode a roda traseira com a mão e determine o ponto mais tenso — isto é importante, uma vez que uma corrente demasiado apertada irá arruinar o rolamento de saída da caixa de velocidades, o que será muito dispendioso. A folga no centro da flecha de corrente inferior, quando o veículo está carregado e parado no chão, é de 2 dedos de largura. O melhor é sentar-se na mota e pedir a uma segunda pessoa que efetue a verificação. A folga é ajustada no mecanismo de ajuste, com o eixo libertado e a mota levantada. É importante que o ajuste seja efetuado uniformemente em ambos os lados do braço oscilante, de modo a manter o alinhamento das rodas. Em caso de dúvida, utilize um aparelho de teste do alinhamento da corrente, uma ripa longa e reta ou um fio. Tenha em atenção que as correntes demasiado tensas, gastas ou com manutenção incorreta podem partir-se irreversivelmente — isto resulta normalmente numa caixa do motor esmagada, se não mesmo numa queda ou até pior! O Chain Monkey pode ser uma ferramenta útil para o tensionamento da corrente.

Por fim, aperte o braço oscilante e o eixo da roda, assim como o pinhão, de acordo com as instruções do fabricante, utilizando a chave dinamométrica. Se necessário, fixe a porca do eixo traseiro com um contrapino novo. Verifique novamente todas as fixações após a montagem da tampa, do seletor de velocidades, da proteção da corrente, etc. A tensão correta da corrente deve ser verificada novamente após cerca de 300 km — as correntes novas tendem a alongar no início. 

E não se esqueça da lubrificação! Os motociclistas de Touring e aqueles que fazem muitos quilómetros podem prolongar a vida útil do seu kit de correntes com um lubrificador de correntes automático e, ao mesmo tempo, poupar muito trabalho (ver Dicas para mecânicos amadores "Sistema de lubrificação de correntes" e Dicas para mecânicos amadores "Cuidados com a corrente").